O Conselho Pastoral dos Pescadores(as), regional Bahia e Sergipe (CPP-BA/SE), vem a público manifestar nosso apoio e solidariedade à companheira de lutas, conselheira e integrante do CPP, Alzeni Tomáz.
Alzeni é também pesquisadora da Sociedade Brasileira de Ecologia Humana (SABEH), e foi perseguida por 9 km, ao sair da Terra Indígena Truká-Tupan, em Paulo Afonso (BA), na última terça-feira (15/8/2023), após realizar atividades com aquele povo.
Ela vem há alguns anos acompanhando o povo Truká-Tupan e tem sido voz atuante na luta em favor e em defesa das comunidades tradicionais, aliando militância e pesquisa.
Na mesma semana em que mãe Bernadete foi assassinada, por também defender seu território Quilombola, a companheira Alzenir sofre essa perseguição. Para nós essa onda de violência, é fruto da morosidade da justiça em punir os assassinos, bem como do governo brasileiro em titular e garantir a vida do povo em suas terras e territórios.
É patente que o Governo Brasileiro e, em especial o governo da Bahia, precisam lançar estratégias mais eficientes e eficazes, na proteção de ativistas, estudiosos, lideranças de comunidades tradicionais e originárias. É preciso estancar esse derramamento de sangue, que já dura mais de 500 anos.
Vale destacar que em janeiro deste ano, a cacica Erineide Truká-Tupan sofreu um ataque a tiros, o que resultou na inclusão dela e de toda a comunidade no Programa Estadual de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PEPDDH), porém os ataques e perseguições não cessam.
O povo Truká-Tupan, por lutar em defesa de seu território, suas terras, sua cultura, vem sofrendo muitos atentados e ameaças. Está apenas no Programa Estadual de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos, não garante a vida e nem a segurança desses povos, e nem de seus apoiadores.
O Conselho Pastoral dos Pescadores(as) aproveita o momento para salientar a necessidade de se combater a violência em todos os seus níveis e formas, principalmente neste momento em que ainda vivemos a retomada dos processos democráticos e de direito.
Precisamos de ações e políticas públicas de inclusão, como também com punições cabíveis, legais e jurídicas a todos esses crimes que atentam contra a vida.
Demarcação já e não ao Marco Temporal!