A “Escola de Formação em Saúde Tradicional, Integral e Autocuidado com Mulheres Pescadoras e Quilombolas”, promovida e realizada pelo Conselho Pastoral de Pescadores, regional Bahia e Sergipe (CPP-BASE), de hoje até quinta,11, reúne mulheres que vivem em comunidades localizados nos estados da Bahia e de Sergipe. As atividades apresentam como foco conceitos e práticas de “Automassagem, Consciência Somática e Aromaterapia Integrativa”, e estão sendo realizadas na sede do ISPAC - Assessoria ao Movimento Popular, na capital baiana, e conta com apoio do Fundo ELAS.
A programação reúne momentos para apresentação dos objetivos da Escola de Formação e atividades de práticas integrativas sobre aromaterapia, automassagem e consciência somática. Durante esses três dias, as participantes serão orientadas pela terapeuta Candai Calmon, que é artista, educadora, mestre em Dança e bacharel em Estudos de Gênero e Diversidade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Além disso, as marisqueiras, pescadoras e quilombolas terão a oportunidade de participar da oficina de dança “CorpoTerritório”.
Para a terapeuta, a saúde integrativa envolve um olhar atento e cuidados direcionados à espiritualidade, às emoções e, especialmente, ao corpo físico. “Eu sou aromaterapeuta de formação e também sou bailarina formada em Dança. Tenho ajustado esses dois conhecimentos e tentado fazer dele algo que seja prático e produtivo para as mulheres nos territórios, que não são das grandes cidades . Mas, estão nos territórios quilombolas e pesqueiros que esse trabalho com as mulheres tem sido muito importante, no sentido de fortalecer esse autocuidado e essa percepção de si, que muitas vezes é tirado de nós, principalmente, mulheres negras baianas e nordestinas”, pontuou Candai Calmon.
Como relata dona Everaldina Santos, 73 anos, da comunidade de Periperi, em Salvador, o conhecimento sobre o uso de ervas tem sido transmitido por gerações através da oralidade, para tratar doenças físicas, equilibrar as emoções e fortalecer a espiritualidade. Para essa veterana da Escola de Formação em Saúde Tradicional, Integral e Autocuidado com mulheres pescadoras e quilombolas, manter hábitos saudáveis e ancestrais a partir do cultivo e uso de ervas medicinais têm lhe garantido saúde e longevidade, pois ela afirma que não sofre com nenhum tipo de doenças.
Sobre a “Escola de Formação em Saúde Tradicional, Integral e Autocuidado com mulheres pescadoras e quilombolas”
Com essa iniciativa, o CPP-BA/SE busca ampliar e compartilhar saberes entre companheiras das comunidades tradicionais. Além de promover a valorização de conhecimentos tradicionais em saúde presentes nas comunidades pesqueiras e quilombolas, formar mulheres pescadoras e quilombolas em saúde tradicional e integrativa, aumentar a compreensão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e aprofundar questões relacionadas à saúde ocupacional das pescadoras e marisqueiras. Além de promover experiências profundas para o despertar dos sentidos numa formação sistemática com vivências-aprendizados.
Ainda em 2023, o CPP-BA/SE aplicará outros dois módulos sobre saúde tradicional, integral e autocuidado. O segundo conteúdo abordará a fitoterapia e o terceiro módulo desenvolverá atividades práticas a respeito da saúde ocupacional das pescadoras, em parceria com profissionais e pesquisadores(as) do Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho da Universidade Federal da Bahia (PPGSAT/ UFBA).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui